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Faixa de Gaza

Não é aquela Faixa de Gaza e sim a do Rio de Janeiro.

Sim, no Rio de Janeiro. Eu também, apesar de ser carioca, não conhecia a dita cuja.

Pois fui conhecer meio sem querer e quase com péssimas consequências.

Ela fica na orla no final do Leblon quase Ipanema, numa faixa de mais ou menos 200mts, um pouco antes de se chegar ao canal que separa o Leblon de Ipanema, numa região movimentadíssima, pelo menos pela calçada.

Pois bem, passei uns dias lá e, como de costume, resolvemos andar pela areia até uma das extremidades da praia. Como estávamos no Leblon (próximos a uma extremidade da praia), resolvemos ir andando até o Arpoador (o outro lado dessa praia).

Meu erro: tinha ganho um relógio novo (e grande) e esqueci de tirar antes de ir para a praia.

Fomos andando em direção ao Arpoador quando a paisagem da praia começou a mudar. Menos barracas, mais gente mal encarada, alguns grupinhos. Enfim, fui ficando com aquela sensação do Homem-Aranha em perigo, uma sensação estranha: algo não está legal.

Continuamos caminhando e quando chegou determinado ponto a sensação foi ficando tão real que eu mal conseguia respirar direito. Propus voltarmos. Paramos e começamos a voltar. Era como estar entrando novamente na toca do leão. Não aguentei, combinei de corrermos fingindo um cooper.

Como minha esposa estava de biquini, disse que não queria correr, e como era eu que estava carregando o chamariz, decidi correr sozinho até passar daquele ponto.

Dali uns 200 mts, quando retornei até o local onde já haviam mais barracas, aparentemente um ponto seguro, parei esperando minha esposa. Enquanto isso, um transeunte – que eu já havia visto na ida – comentou comigo que ele estava preocupado comigo, que algumas pessoas já estavam prontas para ” dar o bote”, ele inclusive estava procurando um policial para avisar pois havia visto um outro roubo na mesma região um pouco antes.

Enfim, chegamos à barraca e aposentei o relógio (pelo menos para a praia).

Fiquei pensando naquilo tudo pois havíamos passado alguns dias numa outra praia, em São Paulo antes de ir para o Rio, e a comparação era inevitável.

Me lembro do Rio quando criança, daquela mesma orla pois era praticamente a única que frequentávamos.

Posso resumir esta comparação em dois pontos: como a praia ficou mais limpa e muito mais perigosa.

Ali mesmo nesta região existia uma espécie de pier – que delimitava a praia do Leblon da praia de Ipanema e que, tempos depois, fui descobrir que aquilo tinha um fim bem menos bucólico do que juntar a galera do surf naquela região: levar o esgoto para o alto mar. Isso mesmo, ao invés de tratar o esgoto, simplesmente resolveu-se jogá-lo lá longe, quem sabe o mar pudesse dar conta da incompetência da falta de tratamento ou, pelo menos, o bode estava bem longe, fora das vistas e narizes. É lógico que de vez em quando, o mar nos enviava alguns “recados” de volta para a praia.

Fora isso, a praia era um mar de tranquilidade com relação à segurança. Não só a praia como o Rio daquela época.

E aí surge a comparação: estivemos numa praia em São Paulo. Na realidade, chamar aquilo de São Paulo, é só porque ainda estamos realmente no estado de São Paulo. Porque para se ter uma praia comparável em termos de água ou beleza ou mesmo de tranquilidade como as do Rio, agora só em Ubatuba. E olha que é a última praia de Sâo Paulo! Além dessas, acabou, só indo pro Rio mesmo.

Anteriormente, estivemos em praias um pouco mais próximas de Sâo Paulo (capítal). Nâo dá pra acreditar: a maioria dos viajantes vai viajar e espera encontrar a praia sim durante alguns momentos do dia, porém, no restante deles, o que querem mesmo é Shopping, fila, e restaurante lotado.A praia? Bom, pode até estar meio sujinha porque o importante é a barraca, cadeiras e o inseparável isopor. E, bom, um apartamentozinho próximo de tudo.

Daí fiquei me perguntando: como duas culturas podem ser tão lenientes com algumas coisas? (SP com as suas praias, destruindo toda a “irrelevante” natureza no entorno delas; RJ com a criminalidade, se acostumando a estes crimes do dia a dia como se fossem coisas normais ou insuperáveis de ser coibidas).

E como estas mesmas culturas podem, ao mesmo tempo, melhorar outras características muito mais difíceis de conciliar (SP: a violência não é tão banal nas Praias ainda – pelo menos na orla; RJ: como as águas das praias podem estar tão limpas, com ciclovias, iluminação, tudo numa cidade com tanta gente?)

Tudo isso em estados contíguos. E com orlas contíguas…

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